segunda-feira, 4 de julho de 2011

Assim nasceu o IRRA


O IRRA nasceu no dia 1 de Julho às 20h43 porque o seu fundador, Al Trokas, andava deprimido. A Intervenção Revolucionária da Resistência Armada surgiu na sequência de vários acontecimentos abomináveis na vida portuguesa, o último dos quais foi Al Trokas descobrir que a boazona do segundo andar se mudara de  prédio, deixando o célebre  monumento nacional Lote 69 para ir viver num apartamento da Outra Banda. Foi a gota de ácido sulfúrico que fez transbordar a sua proveta de impaciência revolucionária. "Basta!", berrou Al Trokas, com um murro na mesa da até aí sossegada esplanada, com tal violência que fez saltar para o ar duas imperiais, uma mini, uma chávena com marcas de baton escandalosamente berrante da Jeitosa e um pires de caracóis, até que a Lei da Gravidade, inventada por um parvalhão chamado Isaac Newton tarado por macieiras,  fez escaqueirar todas as peças atrás referidas no chão de pedra, com os estilhaços a voarem em todas as direcções, provocando um estrondo que alarmou a secção de Sintra da Protecção Civil, de tal modo que a Dª Rosa, a funcionária de plantão, abriu um lenho na cabeça ao bater com aquela parte do corpo cheia  de ar e vento no bico do tampo da secretária com o susto, quando pintava as unhas dos pés de verniz preto. Tipo punk. Ou algo do género de fatos de cabedal, chicotes e algemas. Distraída como é, como não é loira deve ser apenas isso, ligou para o 112 a pedir ajuda em esganiçada gritaria à Protecção Civil, onde ela se encontrava, não reparando que estava a solicitar socorro a ela própria para ir coser o lenho na tola com três ou quatro pontos... Bom, esperem aí que já me perdi nesta trapalhada...
Ah, já sei onde ia (no texto e não de viagem...). 
O chão da esplanada ajavardou-se com os cacos e o peganhoso molho dos caracóis com respectivas cascas residenciais T0. O sr. Santos, sentado na cadeira em frente ao Al Trokas, começou a ficar vermelho com o palito com que devorava os moluscos gastrópodes (ah pois são, não sabiam?) entalado na garganta. Emitia sons inentendíveis  (a palavra não existe...escusam de ir ao Google vasculhar), esbracejava agarrado ao pescoço, com os olhos mais abertos e esbugalhados que os da Manuela Moura Guedes quando apresentava na TVI o video onde um inglês se lamentava que José Sócrates se alambazava uns trocos extra, má-língua  que deixou o Procurador-Geral da República à beira da apoplexia judicial. 
O sr. Costa, vendo o amigo a sufocar, entrou no café aos berros: "Ó Lelo (não, não é de raça cigana...só nos preços!, esperem aí, tenho de escrever "etnia" senão as organizações anti-qualquer coisa que lhes dê uns euros e uns minutos nas tv´s  vêm para aqui protestar, e se descobrem o meu IP e mandam-me um vírus anti-racista para me lixar o PC espanhol made in China) dá-me aí uma tábua para desengasgar o sr. Santos."
"O que é que queres, pá?", perguntou o Lelo fingindo que não estava a ouvir. Pois é. O dono do café só ouvia à primeira a frase "Quero pagar!". O sr. Costa entrou na cozinha onde o Lelo, com o barrete de "chéf" (é favor ler a palavra com sotaque francês que o café-restaurante não é nenhuma tasca manhosa apesar de servir mal e cobrar bem) uns dez números acima em proporção à sua (dele, do Lelo) altura enfiado na cabeça redondinha como uma Lua Cheia com dois olhos em vez de crateras no Mar da Tranquilidade, fritava peixe-espada numa frigideira multi-usos à socapa da vigilância policial intratável da ASAE. 
"Ó porra, Lelo, dá-me aí uma tábua, que o sr. Santos está engasgado.", pediu-lhe o sr. Costa. 
"Julgas que isto é alguma serração  ou que faço bifes de madeira, ó Costa?", irritou-se o Lelo, que ainda nem se apercebera dos estragos na sua estimada esplanada, continuando aos pulinhos juntos aos fogões como a chaminé do Titanic quando se afundou com o amaricado do  Leonardo di Caprio e a sensaborona da Kate Winslet. 
Sempre prático e rápido como um relâmpago em câmara lenta, o sr. Costa sacou a frigideira das mãos do empresário da restauração, correu para a rua, deu um encontrão na Dª Glória que tinha vindo comprar croquetes e um pacote de batatas fritas -- que a reforma é curta mas a vaidade é comprida -- para o jantar deixando-a a rodopiar no meio da sala com uns poucos fregueses de olhar fixo no LCD onde passava uma daquelas telenovelas meladas em que um gajo demora 150 episódios a ir para a cama com a sua (deles...) amada e 50 marmanjos e galdérias vegetam ali pelo meio a atrapalharem o final feliz entre os lençóis. Já na rua, o sr. Costa pisou a cauda à cadela da Dª Maria (não, amigos, não estou a chamar cadela à Dª Maria, a cadela é que é da Dª Maria...), que disparou dali para fora a ganir como uma cabra...Esperem lá, as cabras não ganem...portanto, a ganir como uma cadela a quem acabaram de pisar  dolorosa e pesadamente a cauda com umas botas da tropa cardadas nº44, compradas na Feira da Ladra, por 10 euros menos IVA e muito menos IRC e a Dª Maria, a bengalar pela rua abaixo com a agilidade dos seus 88 anos e consultas diárias no Centro de Saúde para desespero do médico de família que acabou por meter baixa psiquiátrica para não a ver durante uns largos meses e lê avidamente todos os dias a secção de necrologia do Correio da Manhã para ver se lá vem escarrapachada a desejada notícia do finamento da Dª Maria para regressar à paz e ao sossego do seu trabalho de passar receitas a pedido, confirmando a regra inalienável de que o "cliente" tem sempre razão. 
Enquanto a Dª Maria bengalava na direcção dos latidos lancinantes da sua amada companheira canina "Pipoca", o sr. Costa chegou à beira da cadeira onde o sr. Santos esperneava e arranhava a garganta, já com um tom de vermelho avinhado e horrível, como as camisola e os calções da Selecção Nacional da Futebol, onde nem a propalada elegância, dizem elas que a mim só me importam os golos) desportivo-modelo de Cristiano Ronaldo consegue atenuar aquela horrorosa tonalidade do fardamento da equipa das cinco "quinas".  O sr. Costa tomou balanço com a frigideira bem empunhada com as duas mãos atrás das costas e ao melhor estilo dos poderosos "smash" do saudoso "Ice" sueco dos "court" de ténis Boris Becker e num movimento que a vista humana não conseguia acompanhar bateu com ela em cheio e com um sonoro "paaaaah"  nas costas do candidato a moribundo sr. Santos. 
Entre uma chuva de pingos de azeite e destroços do peixe-espada que se colaram inesteticamente aos proeminentes vidros do estabelecimento o impacto da frigideira nas costas do sr. Santos fez sair o palito como um míssil da boca do asfixiado amigo e furou a asa de um pardal da nova geração primaveril que debicava umas migalhitas de croissant, deixadas cair por uma senhora apressada que foi a mastigá-lo pela rua fora, e não tivera tempo de vida suficiente para aprender quão perigoso é esvoaçar e saltitar por mais que a fome aperte  junto dos imprevisíveis humanos. 
O Lelo chegou ao espaço caoticamente nojento do que minutos antes fora uma resplandecente esplanada. Ficou horrorizado com os cacos e pedaços de comida espalhados pelo chão e colados aos vidros. Por momentos pareceu ir atirar-se de cabeça contra a parede. Arrependeu-se no último segundo não fosse perder mais alguns dos poucos cabelos que o stress ainda lhe perdoou. 
"O que se passou aqui, Trokas?"
"É a revolução, idiota !", resmungou o Trokas. 
"Revolução? Onde?", inquiriu o Lelo, franzindo um sobrolho. Apanhou a frigideira do chão e correu para mudar de canal em busca de um noticiário que o elucidasse sobre a pretensa revolta civil, indiferente aos protestos da clientela ávida de ver se seria hoje que o Galã beijasse a Galoa (não existe o termo mas dá jeito...) no escaldante episódio da telenovela. 
"Há alguma revolução, Trokas?", perguntou o sr. Santos, ainda mal refeito do palito assassino que o ia matando não fosse a iniciativa rápida e eficaz do sr.Costa. Tossia amiúde para refazer a garganta do "atentado". 
"Há, começou agora", berrou o Trokas com um olhar esquisito fixado num ponto invisível do infinito. 
"Mau, tu estás com os azeites hoje, pá", comentou o sr. Costa enquanto acendia um cigarro. 
"Não, meu caro amigo, chega, isto tem de mudar, é preciso agir e mudar o país. Chega desta paz podre, rebentar com sistema, paralisar a opressão sobre quem trabalha, denunciar a corrupção desta espécie de democracia, castigar os responsáveis pela exploração político-partidárias, denunciar as mentiras e as manhas da democracia-cristã, da social-democracia, do socialismo, do comunismo, do trotskismo, do maoísmo, do marxismo-leninismo, do fascismo, do liberalismo, do chavismo, do fidelismo, do capitalismo, sabotar a engrenagem da ditadura de organizações e poderes instituídos...", arengou o Trokas. 
O sr. Santos fez uma careta, meteu o dedo na boca para verificar se o palito entalado na garganta lhe tinha causado algum dano colateral e virou-se para o amigo. 
"Chiça, cala-te lá com tanto "ismo" que ainda vem aí algum sismo...Veja lá o Japão com as tretas dos tsunamis, não se calam com isso e estão sempre a abanar. Ouve lá, estás assim porque fazes hoje 20 anos de casado mas já te separaste, a Jeitosa deu-te com os sapatos de salto alto, o monstro da vizinha de cima apareceu-te outra vez em "baby-doll", o stress de guerra anda a dar-te a volta aos cornos,  andas fodido dos fígados?", perguntou o sr. Santos. 
"Não vês que foi a saída da boazona do segundo andar  do Lote 69 que o transtornou ?  Deixa lá, foi esta vem outra, até parece que não moras aqui há tantos anos", aconselhou o sr. Costa. 
"Não, pessoal, vamos formar um grupo subversivo para virar isto do avesso...Alinham?", dirigiu-se o Trokas aos dois amigos, mirando e remirando entre os dedos um pacote de açúcar com frases. "Uma noite iremos ver as estrelas juntos. Hoje é a noite". Podia ler-se neste. Não era mal pensado mas a Jeitosa não andava virada para ver estrelas..."Não sabe o que perde", murmurou o Trokas para si mesmo.   
"É pá, tu estás maluco, nós os três o que vamos fazer? Onde é que já viste três gatos-pingados formarem um grupo, um partido, uma organização, seja lá que merda for para mudar o regime de um país", tentou dissuadi-lo o sr. Costa, correspondendo ao sorriso de uma bela e escultural africana que passava ao lado da esplanada a falar ao telemóvel. 
No entanto, o Trokas transfigurou-se repentinamente e transmitiu o seu entusiasmo demolidor e revolucionário aos seus amigos de tertúlia, acenando-lhes com um mundo novo sem governantes nem governados, sem IRS, IVA, IRC, IMI, PEC, ministros a impor regras como mestres-escola, deputados a ditar leis em proveito próprio e a amansar o pessoal com códigos redutores das liberdades individuais,  partidos a arrebanhar adeptos para votarem nos seus interesses. E sobretudo chatear o juízo aos capatazes do Povo. Uma nova ordem nacional. 
"Até que nem era mal pensado", disse, pensativo mas concordando, o sr. Santos. Ele era um rebelde nato desde que caiu das mãos da parteira quando entrou neste país por entre as pernas da mãe. Aos 4 anos a brincar sozinho aos índios e cowboys fez uma emboscada à avó septuagenária, fê-la prisioneira,  amarrou-a a uma mesa com uma corda e com um guarda-chuva a servir de lança guerreira espicaçava-a para revelar os segredos da rota da caravana de colonos imaginárias. Felizmente para a idosa senhora, o 7º de Cavalaria, como nos filmes repetitivos sem imaginação, chegou a tempo de evitar o massacre e o "índio Santos" apanhou uma sova de todo o tamanho, primeiro do sargento dos "casacas azuis", a mãe, e depois do capitão da coluna, o pai, e foi enviado uma noite para os calaboiços da escada escura como breu, com uma manta para não adoecer com o frio e dar ainda mais trabalho à família. 
"Vamos lá pensar nisso", acedeu, por fim o sr. Costa. Este era mais explosivo. No sentido literal do termo. Ele e dois vizinhos decidiram fazer um canhão. Nada de brinquedos. Tudo muito a sério mesmo. Andavam todos pela casa dos 12-14 anos e o pai de um deles era militar da GNR e tinha munições de Mauser  (se quiserem saber como era este instrumento  procurem na net Mauser modelo (18)98 fabricada para os "hunos" alegremente os "bifes" ingleses, os "moustaches" franceses e 10 mil portugueses na I Guerra Mundial) em casa. 
Um dia, os três "artilheiros" aproveitaram a ausência da família dos respectivos lares-doce-lares e deitaram as mãos marotas à obra. Primeiro, um torno bem fixo ao primeiro degrau do lanço do 5º andar, depois um tubo de cobre apertado nas garras do torno, em seguida a carga de pólvora enfiada numa meia depois de ter sido retirada das cápsulas das munições, na fase seguinte  uma boa dose de pregos porcas e parafusos enfiado na boca do cano do "canhão", por fim um rastilho improvisado com atacadores molhados em...(não interessa...) e...BUM !!!
O "canhão" em vez de disparar explodiu, a clarabóia do prédio voou em mil bocados pelos ares, caindo numa chuva de vidrinhos na rua e sobre os telhados dos prédios próximos, as paredes da escada ficaram esburacas com o impacto dos pregos, porcas e parafusos e o torno foi encontrado no rés-do-chão. Felizmente para o então miúdo Costa e seus cúmplices o tenente (na altura os oficias da Polícia eram do Exército) que morava no 3º andar intercedeu pelos "jovens artilheiros" junto das autoridades e a malta "explosiva" livrou-se de bater com os costados numa casa de correcção até aos 18 anos...
O Al Trokas é melhor nem conhecerem o seu "curriculum vitae". As pragas e calamidades que provocou são segredo apenas do IRRA ou o blogue teria de ser filtrado e apenas acessível a maiores de 18 anos...Apenas um pequeno grupo de amigos sabe que andou fugido durante uns tempos à GNR, quando foi apanhado dentro de uma tenda, no Monte dos Vendavais, em cima da filha do chefe do posto de Sesimbra e só escapou porque conseguiu passar sob o pano de lona e atirou-se pela ravina abaixo num gesto suicida mas milagrosamente caiu na água escura da noite, nadando até ao cais dos pescadores junto à lota e daí trepou pela longa encosta até ao castelo, livrando-se até hoje da fúria do implacável sargento que pretendia vingar a duvidosa honra da miúda (mais velha que ele) a tiro...
De acordo quanto à formação do grupo subversivo iniciou-se a discussão quanto à sua designação. 
"HORA H REVOLUTION, ELA (Exército Libertação Anárquico), MPTPC (Movimento Para Travar Políticos Corruptos, PPPPPPP, (Partido Para Propor Porgrama Popular Para Portugal), XP3TO (Xis Protestantes 3 Tratados para a Ordem), ARAR (Associação de Resistentes Anarquista Revolucionários), MMMM (Movimento em Marcha para Mudar a Mudança), TUSA  (Todos Unidos Sobre a Assembleia)...", propôs o sr. Santos, interrompendo o desfile de siglas para atender o telemóvel de uma madona do prédio do lado a avisá-lo que não tinha o marido em casa e podiam aproveitar para irem até ao Cabo da Roca à noite ver as gaivotas a dormir...
O sr. Santos, depois do cagaço com o malfadado palito, anuiu logo ao prometedor convite, com um suspiro. "Vou descarregar a adrenalina", confessou aos amigos. 
"Vais descarregar é o... "-- o sr. Costa calou-se porque ao nosso lado se acabara de sentar a Ana Bela, uma voraz loira "atómica" bela não só de nome, que numa madrugada deixou o nosso amigo Alfredo, proprietário de uma mercearia da zona, à beira de um ataque de nervos, quando numa noite de Inverno, o coitado do dono do estabelecimento queria descarregar a carga dos tomates, grelos, ovos, congelados, fruta, carne, peixe, enlatados, etc., da Ford Transit antes que chegassem os primeiros clientes, mas a atrás referida, com as costas encostadas à grade da porta e as pernas enroscadas em redor da cintura de um marujo qualquer nunca mais ficava satisfeita com o clímax de (mais uma) noite de borga. 
O sr. Costa, a custo, lá tirou os olhos dos proeminentes peitos e das pernas esculturalmente cheias da Ana Bela e prestou o seu contributo ao baptismo da causa: 
"Deixem-me cá ver...hmmm...BOMBEX...REVOLTEX...PORTUGALEX...hmm...DESORDEX... LUSITANEX... BARBAREX..INDIGNADEX...ANARKEX...", ia listando o sr. Costa, sempre com um olho na loira e outro no Trokas, que perdeu a paciência:
"Irra! Costa, pára lá com os EXS, já pareces o defunto Sócrates com as parvoíces dos Simplex...concentrem-se...car...", a frase foi abruptamente cortada  por um berro do sr. Santos:: "Alto, já temos nome !"
"Qual?", interrogaram-se o Trokas e o sr. Costa em uníssono. 
"Acabaste de dizê-lo mesmo agora, Trokas, o IRRA, gaita!", insistiu o sr. Santos. 
"Irra?... Irra?... Irra?, Estás a gozar, Santos, ou já estás a pensar no empernanço de logo à noite no Cabo da Roca com a mulher do dr. chifrudo? Irra...Irra...IRRA...espera aí...és capaz de...deixa cá pensar... IRRA...Intervenção Revolucionária da Resistência Anárquica...BINGO!", berrou o Trokas, sorridente pela primeira vez nesse dia. 
"Bingo !", acompanhou-o o sr. Costa, também ele efusivo. Estavam radiantes como miúdos no recreio. 
"Lelo -- chamou o Trokas -- trás aí qualquer coisa para comemorar-mos um acontecimento !". 
"Vocês hoje só me prejudicaram o negócio, olhem para este chiqueiro, vão-se lixar.", resmungou o dono da casa de "pastar" o tempo... e não só...
"Olha, Lelo -- ameaçou o Trokas -- se não trazes o que queremos conto à tua mulher que foste à noite para a beira-mar com a Becas e a irmã e ficaste com a dentadura postiça dela presa no...sabes onde não sabes?"
O Lelo serviu imediatamente o que pretendíamos e brindámos: 
"Hip...Hip...IRRA! Hip...Hip...IRRA! HIp...Hip...IRRA !
O IRRA nasceu! 







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